Resistência a eventos climáticos extremos demanda plantio de 10 bi de mudas no Brasil, diz estudo
Vegetação nativa e de alimentos pode contribuir para prevenir eventos como o do Rio Grande do Sul
20/05/2024 11:46
▶ CLIMA ▶️ Edição/ Aroni Fagundes |20052024
Segundo informações do Portal de Notícias da CNNBB, a reconstrução do Rio Grande do Sul deveria considerar
estruturas mais resilientes a episódios de clima extremo, afirmam especialistas
em mudanças climáticas, economia e urbanismo.
A começar pelo plantio de vegetação nativa,
combinadas ao plantio de alimentos, para recuperar com urgência 1,165 milhão de
hectares em áreas de preservação permanente e reserva legal no estado, já
previstas em lei.
Para fazer o plantio
e manejo o potencial é de geração de 218
mil empregos só no Rio Grande do Sul. Em todo o Brasil, seriam 5 milhões de
novos empregos ao longo de toda a cadeia de valor para o plantio de 10 bilhões
de mudas em 12 milhões de hectares — o equivalente à extensão da Inglaterra.
As estimativas são do
estudo “Os Bons Frutos da Recuperação Florestal”, do Instituto Escolhas,
empresa especializada na interface de temas econômicos e ambientais para propor
soluções para os problemas de desenvolvimento do país.
Segundo
Sérgio Leitão, diretor da entidade. “No Rio Grande do Sul, dos 1,165 milhão de
hectares que deveriam ser plantados, 500 mil hectares estão nas chamadas matas
ciliares, ou seja, nas margens dos rios, nas beiras dos cursos d ‘água, que é
exatamente onde se torna mais urgente essa recuperação”, explica.
Outros 650 mil
hectares estão em áreas privadas, segundo o estudo.
“A infraestrutura natural retarda a
velocidade da água no caso de uma enchente e permite que essa água se infiltre,
e, portanto, deixe de virar uma fonte de alagamento”, explica o diretor do
Instituto Escolhas.
“A gente defende que
essa recuperação das áreas se dê de forma produtiva, usando modelos de
consorciamento de vegetação com a produção de alimentos porque isso traz
retorno econômico”.
Para isso, será necessário produzir sementes
e mudas, formar e contratar profissionais especialistas no plantio e manejo,
além de investimento em pesquisas.
“Recuperar florestas
é uma oportunidade econômica imensa, com geração de ganhos sociais e
ambientais”, conclui.
A oportunidade não
vale somente para o Rio Grande do Sul, mas para construir resiliência às
mudanças climáticas e desenvolvimento socioeconômico em todo o país.
Só no estado do Pará,
por exemplo, a recuperação econômica de áreas desmatadas geraria 1,5 milhão de
empregos e permitiria a redução da pobreza em 50%, de acordo com o estudo.
A atividade de recuperar a
vegetação nativa é intensiva em mão de obra, especialmente nos três primeiros
anos. Combinada à produção de alimentos e à produção madeireira, por exemplo,
em sistemas agroflorestais, significa pelo menos 20 anos de manutenção de
empregos.
“O Brasil precisa
urgentemente entender que o plantio de árvores não significa apenas uma questão
ecológica. É uma questão econômica, social, e de preparar o país para esses
dias de mudança de clima que infelizmente chegaram da forma mais trágica
possível”, alerta o diretor do Instituto Escolhas. Fonte: CNBB(20052024)
Outros 650 mil hectares estão em áreas privadas, segundo o estudo.
“A infraestrutura natural retarda a velocidade da água no caso de uma enchente e permite que essa água se infiltre, e, portanto, deixe de virar uma fonte de alagamento”, explica o diretor do Instituto Escolhas.
Para isso, será necessário produzir sementes e mudas, formar e contratar profissionais especialistas no plantio e manejo, além de investimento em pesquisas.
“Recuperar florestas é uma oportunidade econômica imensa, com geração de ganhos sociais e ambientais”, conclui.
Só no estado do Pará, por exemplo, a recuperação econômica de áreas desmatadas geraria 1,5 milhão de empregos e permitiria a redução da pobreza em 50%, de acordo com o estudo.