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Candelária: Vereador Rogério Gomes da Silva é Cassado em Sessão Extraordinária

Por 12 votos a um, vereador teve mandato cassado por quebra de decoro parlamentar e ficará inelegível por 8 anos.

Candelária: Vereador Rogério Gomes da Silva é Cassado em Sessão Extraordinária
Vereador Rogério Gomes da Silva foi representado pelos advogados Dartagnan Billig e Jorge Pohlmann,/Foto: Maieve Soares AI Legislativo

Na noite desta quinta-feira (05), aconteceu na Câmara Municipal de Vereadores, a Sessão Extraordinária que  julgou o processo de cassação do vereador Rogério Gomes da Silva (PSB), por quebra de decoro parlamentar, em razão de fatos ocorrido durante as finais do campeonato municipal de futsal, no ginásio Walter Filter, no dia 30 de julho de 2023.

Após 86 dias do recebimento da denúncia feita pelas vereadoras Ginevra da Silveira (PSB), Cristina Rohde (PSDB) e Alexandra Bini (P), que integram a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Mulheres, o relatório final da Comissão Processante veio favorável à cassação do parlamentar, que, conforme a descrição, estaria visivelmente alcoolizado e teria importunado sexualmente crianças menores de idade e causado princípio de briga.

As vereadoras denunciantes não participaram da votação e foram substituídas pelos seus suplentes, Dionatan Morales (PSB), Marco Antônio Larger (P) e Márcio Cunha Gomes (PSDB).

O presidente do Poder Legislativo abriu os trabalhos e, em seguida, o relator da Comissão Processante, Rui Beise (PSB), fez a leitura do relatório e apontou as questões que nortearam a conclusão em desfavor do vereador.

Com o término da leitura, a vereadora Jaira Diehl (PTB) requereu a leitura das páginas 239 e 240 do processo. Na mesma dinâmica, nenhum outro vereador apresentou a solicitação, porém, a defesa do denunciado, pediu a leitura das páginas 54, 55, 63 e 64 do processo.

O presidente prosseguiu os trabalhos, questionando cada vereador sobre a intenção de utilizar a tribuna, pelo tempo de até 15 minutos, para falas sobre o caso.

A vereadora Jaira Diehl foi a primeira a se manifestar.  Ela explicou o motivo de solicitar a leitura das páginas em questão, que constam o parecer do delegado de polícia, Tiago Bittencourt, em que credibiliza a veracidade dos depoimentos das vítimas e frisou, “temos que ter boa conduta em sociedade, é para isso que estamos aqui. Como mulher, mãe e agente público, manter uma conduta correta é o mínimo que se espera, de todos nós vereadores”, finalizou.

O vereador Marcelo D’avila (P), ao ser questionado, também optou por utilizar o espaço, “não poderia deixar de me manifestar, inclusive pela grande repercussão em todo o estado, sobre o que infelizmente aconteceu aqui. E, segunda minha análise do processo, concluí que houve falta de decoro por parte do colega”, pontuou.

O terceiro a se manifestar, foi o vereador suplente Marco Antônio Larger, que reforçou que o comportamento dos representantes dos munícipes deve ser ilibada, “devemos ser exemplo para a sociedade, pois, nosso cargo, exige isso de cada um de nós e os fatos imputados ao vereador Rogério são gravíssimos”, declarou.

Em seguida aos pronunciamentos dos vereadores, a defesa teve o período de 2 horas para suas considerações, tendo utilizado, uma hora e dois minutos apenas. Representado pelos advogados Dartagnan Billig e Jorge Pohlmann, que sustentaram a ausência de provas para condenação e solicitaram o arquivamento do pedido de cassação.

Outro ponto abordado pela defesa, foi a presunção de inocência, que está na Constituição Federal e reiterou, alegando que o inquérito policial é feito de forma inquisitorial, sem a possibilidade de contraposição. O vereador Rogério foi questionado se gostaria de utilizar o restante do tempo de defesa, porém, não o quis.

Por fim, foi feita a votação aberta, nominal e por ordem alfabética, que iniciou pelo presidente do Legislativo, Alan, com o voto favorável à cassação, bem como, o restante dos 11 votos. Apenas o vereador denunciado votou pela sua absolvição.


Presidente do Legilstativo Alan Wagner faz a leiturado resultado da votação/Foto:Aroni Fagundes

Alan Wagner determinou de imediato a expedição de Decreto Legislativo de Cassação, bem como o envio de ofício à Justiça Eleitoral, comunicando o resultado. O vereador ficará inelegível por 8 anos e o vereador Pedro Roberto Moraes assume definitivamente o assento na Casa Legislativa.

Confira a votação:

  • Alan Wagner (PSB) – Cassação
  • Celso Gehres (P) – Cassação
  • Cezar Pohlmann (MDB) – Cassação
  • Dionatan Morales – PSB) – Cassação
  • Ilceu Pohlmann (PTB) – Cassação
  • Jaira Diehl (PTB) – Cassação
  • Jorge Willian Feistler (PTB) – Cassação
  • Marcelo D’avila (P) – Cassação
  • Marcio Gomes (PSDB) – Cassação
  • Marco Antônio Larger (P) – Cassação
  • Pedro Moraes (PSB) – Cassação
  • Rui Beise (PSB) – Cassação
  • Rogério Gomes da Silva (PSB) – Absolvição

  Conteúdo :Por Maieve Soares/ Assessora de Imprensa Câmara de Vereadores